quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Estremoz – Caminhar nem sempre é fácil


No Largo de Santa Catarina, o parque de estacionamento em cima do passeio,
obriga os transeuntes a circular na estrada no sentido de progressão dos veículos.
Fotografia de Francisca de Matos.
Foi o poeta sevilhano António Machado (1875-1939), quem proclamou: “(…) caminhante, não há caminho, / faz-se caminho ao andar. / (…)”. A verdade e a universalidade de tal declaração são compatíveis com o reconhecimento da existência de bons e de maus caminhos. É esse dualismo que é objecto da presente crónica.  
Caminhar é preciso
Caminhar pode constituir um prazer e um modo de manter a boa forma física. Todavia, pode ser também uma obrigação inescapável de quem pretende chegar a determinado local. Neste último caso, caminhar pode ser uma penitência dolorosa ou representar um risco a que involuntariamente se é obrigado.
Da Rua 31 de Janeiro às Portas de Santa Catarina
Na cidade de Estremoz há quem se tenha que dirigir para as escolas do 1º Ciclo, Básica e Secundária, bem como para o Centro de Saúde de Estremoz. A opção de caminho pode passar pela Rua 31 de Janeiro, ladeada de passeios, pelo que após atravessar a multiplicidade de esplanadas aí existentes, entra no Largo de Santa Catarina, que antes da curva tem passeios, tanto de um lado como do outro. A seguir à curva também tem, mas inexplicavelmente o passeio do lado direito, nas traseiras da Messe de Sargentos foi transformado pelo Município num parque de estacionamento. A sua existência é absurda, não só por constituir uma barreira ambiental que obriga os transeuntes a circular na estrada no sentido de progressão dos veículos, bem como pelo facto de ao virar das esquinas, existirem dois parques de estacionamento: um do lado esquerdo (no Largo da Praça de Touros) e outro do lado direito (junto às Portas de Santa Catarina). A meu ver, o Município deveria eliminar este parque de estacionamento e orlar o passeio com mecos impeditivos de estacionamento no local. Seria uma medida que os transeuntes iriam aplaudir.
À saída das Portas de Catarina
No interior das Portas de Santa Catarina, o transeunte dispõe de passeio em qualquer dos lados, o mesmo se passando à saída, em direcção à Praça José Dias Sena.
Quem transita pelo passeio do lado esquerdo em direcção às Escolas do 1º Ciclo e à Escola Básica, fá-lo com segurança, seguindo um percurso que foi bem delineado pelo Município. Já o mesmo não se pode dizer de quem circula pelo passeio do lado direito. Este termina imediatamente antes de um sinal de trânsito que assinala a existência de uma passadeira que atravessa o IP2 e que é utilizada pelos transeuntes que se dirigem para a Escola Secundária. A passadeira dá acesso a um passeio que tem a particularidade de não ser horizontal, uma vez que regista uma inclinação acentuada entre os bordos exterior e interior, o que cria dificuldades de circulação pedonal a pessoas mais idosas ou de mobilidade reduzida.             
Em direcção ao Centro de Saúde
Quando termina o passeio do lado direito do IP2, quem se dirige para o Centro de Saúde de Estremoz, vê-se face a duas opções. Uma é a de entrar no parque de estacionamento em direcção ao Centro de Saúde, o que é péssimo quando chove, dada a natureza térrea do piso. A outra escolha é a de seguir junto aos rails que ladeiam a estrada, seguindo um percurso onde não há passeio, no sentido de progressão do trânsito automóvel. É uma opção arriscada, mas que muitos seguem. Creio que o Município tem um modo de corrigir o absurdo da situação criada. Passa por a valeta do parque de estacionamento ser desviada mais para o interior do mesmo, procedendo de igual modo em relação aos rails que bordejam a estrada, criando condições para que possa ser construído o prolongamento do passeio que foi interrompido junto ao sinal de passadeira. Para chegar ao Centro de Saúde falta atravessar a estrada que liga a Rua de São João de Deus ao IP2 e à Rua Professor Egas Moniz. Para atravessar esta estrada com segurança, haveria que marcar uma passadeira para travessia de peões, mesmo no seu termo, no local onde já existiu sinalização de stop marcada no chão, mas que deveria passar a ser vertical. O fluxo de trânsito automóvel nesta estrada de ligação passaria a ser mais lento, devido à circulação pedonal na passadeira. Todavia, os direitos dos peões sairiam reforçados, o que não deixaria de ser positivo.
As sugestões aqui ficam. Falta agora o Município reconhecer o absurdo das situações aqui apontadas e tomar as medidas concernentes a uma circulação pedestre mais segura.


 Quando termina o passeio do lado direito do IP2, quem se dirige para o Centro de
Saúde ou entra no parque de estacionamento ou segue junto aos rails que ladeiam
a estrada. Fotografia de Francisca de Matos.

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