sexta-feira, 7 de junho de 2013

O Alentejo somos todos nós.


GUARDANDO O REBANHO (1893). Silva Porto (1850-1893). Óleo sobre tela (160×200 cm).
Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto.

O Alentejo está-nos na massa do sangue.
Cada um de nós está em sintonia com o Alentejo que lhe vai na Alma.
O Alentejo é a síntese dialéctica de tudo isso, de todos os nossos sentires e de um Amanhã que há de vir, sem manajeiros nem mourais, nem tão pouco controleiros e outros que tais.
O Alentejo está-nos na braguilha de semear filhos com as mulheres que amamos. O Alentejo tem a ver com a nossa forma de empinar o Amor. O Alentejo é todo o tesão de termos nascido onde nascemos. É o cheiro dos orégãos e o olor do azeite virgem, o sabor da sopa de tomate ou duma friginada, o som hierático do cante ou o ritmo arrebitado das saias. É também o volume terno e aconchegado dos seios que afagamos e da textura macia da pele de mulher, que nos sabe a mel e a vinho tinto.
O Alentejo somos todos nós.

Publicado inicialmente em 7 de Junho de 2013

17 comentários:

  1. Fez-me recorrer ao dicionário por duas vezes mas lá estavam as palavras que me faziam confusão, devidamente escritas: «braguilha» e «olor» sendo a primeira à qual vulgarmente dão o nome de portinhola e a segunda ao cheiro característico do azeite. Os seus escritos ajudam a adquirir conhecimento a quem estiver interessado. Foi bom certificar e foi mais uma dúvida que se extinguiu no meu vocabulário. Obrigado!

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    1. Amigo José Fonseca:
      Obrigado pelo seu comentário.
      Procuro ser rigoroso naquilo que escrevo. Se não dissermos a verdade, quem é que acredita em nós?
      Um abraço.

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  2. Boa tarde Hernâni,

    Penso que conseguiu fazer a sintese pefeita, do ser Alentejano! Conforme eu já aqui disse, não sou Alentejano, mas estou próximo, e estes sentimentos tocam-me de perto, ao me identificar igualmente com eles!

    Abraço
    Abilio

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    1. Abílio:
      Obrigado pelo seu comentário.
      Tal como disse a outro amigo,há alentejanos por naturalidade e outros por adopção do seu coração.
      Um abraço para si, também.

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  3. Sou euroafricano, nascido na Madeira, mas também me sinto astante Alentejano.
    Abraço

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    1. Há alentejanos por naturalidade e outros por adopção do seu coração.

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  4. Num tempo, em que diariamente a nossa língua é tão maltratada é um prazer, para todos os nossos sentidos, ler um texto, tão curto e tão belo!
    Obrigada

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    1. Obrigado pelo seu comentário.
      Congratulo-me por ter gostado do meu texto e procurarei não desmerecer o interesse manifestado.

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  5. Nasci na Guia-Albufeira, mas vim para o Alentejo com meses de idade, sinto que sou alentejana de alma e coração.

    Rosa Casquinha

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    1. Rosa:

      A minha Amiga,tal como eu o nosso comum Amigo Feliciano Cupido, tem o Alentejo na "mánica do pêto". A gente nasceu aqui e você nasceu lá, mas há muito está reconhecida como Alentejana.

      Um abraço deste seu Amigo.

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  6. Bravo! não descreveria melhor este orgulho que thago no peito.

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  7. Versão bem original de definir um alentejano.
    Li e reli gostei e tornei a gostar.

    Alentejano é quem lá nasceu quem lá viveu tal como eu
    Tenho o Alentejo no coração. E é verdade O Alentejo somos todos nós.(Gente, olores. sabores e tudo o mais que o Alentejo encerra)

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  8. Boa Malha Hernâni
    "Não é alentejano quem nasce; é Alentejano quem sente!"

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